coluna facma O PEREGRINO EM SUA CAMINHADA O peregrino em sua caminhada transita em meio às pequenas e grandes esperanças que, em última análise, é o tempero ou o termômetro da vida vivida e desabrochada no dia a dia. Por isso, tendo a esperança essa envergadura toda na vida de cada pessoa humana, o desafio é cultivá-la como marca civilizatória. De fato, aprender a cultivar a esperança é uma dinâmica de humanização a ser tomado em conta em todos os tempos, principalmente agora, o tempo que nos toca viver, marcado por inumeráveis revestrés, isto é, que experimenta várias reviravoltas, muitas mudanças e diversos conflitos no interno das relações interpessoais e entre nações. Diante disso, urge de cada filho e filha de Deus que se encontra sobre a face da terra, encetar atitudes sábias e inteligentes, como por exemplo, cultivar a resiliencia espiritual, para vencer qualquer sentimento de desencanto, que mais cedo ou mais ali surge. Essa resiliencia é a comunhão com Deus, fonte que nos abastece e nos fortalece na batalha pelo bem. Trata-se de um percurso a ser harmonizado pela oração, condição de possibilidade para despontar a beleza da existência. Por esse prisma, a consciência moral obriga-nos a contemplarmos agradecidos as maravilhas que Deus realizou e continua realizando, no reconhecimento do essencial sentido da vida. A esperança cristã anima o peregrino em sua caminhada, a viver a vida como dádiva de Deus. Pois, em última instância, se trata de uma força que emoldura a existência e enobrece dignamente o nosso viver. Neste sentido, não cabe dúvida: a grande esperança é Deus, Ele que é o único que pode dar ao ser humano a vida plena, aquela que não passa. E não é esta uma prece da Igreja? “Ó Deus, que os vossos sacramentos produzam em nós o que significam, a fim de que um dia entremos em plena posse do mistério que agora celebramos”. Noutras palavras, a ‘olhar para o futuro com esperança e ter uma visão da vida carregada de entusiasmo para transmitir’. O peregrino em sua caminhada alimenta a sua esperança no amor de Deus, que é revelado em Jesus Cristo. Trata-se de um amor que qualifica o viver humano, pois, liberta-nos de eventual mesquinhez e possíveis miudezas que aprisionam a fraternidade e o bem. Sendo assim, o cultivo da interioridade, ou seja, a comunhão com Deus muito vale para o cumprimento da peregrinação existencial de cada pessoa. Consequentemente, no seu coração começa a germinar a esperança que não ilude, ‘purificando o ser humano de fantasias e egoísmos mesquinhos, a partir do diálogo com Deus’. O peregrino em sua caminhada é o homem e a mulher, que no diálogo com Deus se faz instrumento na construção de novos caminhos. Autor: Prof. Me. Pe. Iran Gomes Brito Diretor Geral e Docente do Curso de Teologia da FACMA iran@facmaedu.com.br