COLUNA FACMA | SOMOS EMBAIXADORES DO AMOR QUE SALVA E FAZ VIVER 10.mar.2025 É agora o tempo favorável, é hoje o dia da salvação. Há uma urgência nestas palavras, que nos reclama mais atenção, coragem e confiança. Neste sentido, o profeta Joel (2,13) nos ajuda a confiar: “rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo”. Perguntemo-nos: isso não nos enche de confiança e força interior? Sim, podemos peregrinar nesta vida, ‘vivendo entre as coisas que passam, buscando as que não passam’. O caminho, portanto, passa pela busca da fidelidade, na certeza de que Deus é fiel e nunca nos abandona. Porém, vale a alerta feita por Jesus: o perigo da hipocrisia que está sempre nos rondando, principalmente, quando a fé fica distante da caridade, ou seja, quando ela não brota do coração. Na perspectiva do discipulado cristão, não é compensatório apostar numa fé externa e superficial e, por isso, o que Jesus exige dos seus discípulos é uma prática autêntica de fé. Ora, a fé autêntica passa pela via do amor a Deus e ao próximo: “amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, é semelhante a este: amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22,36-39). De fato, a fé madura e verdadeira querida por Jesus nos compromete, fazendo-nos embaixadores da sua misericórdia (1Cor 5,20). Esta é urgente neste mundo imerso numa realidade descrente e dilacerada, como consequência de muitas violências e guerras fraticidas. Na verdade, a fé autêntica faz-nos embaixadores do amor que salva e faz viver. Neste tempo quaresmal, a Igreja nos recorda que Deus, o Pai das misericórdias está ainda mais disponível a presentear-nos com o seu amor perdoador. E essa é a razão de ser tempo propício, merecendo de todos nós dessa chance aproveitar. Pois, como nos atesta o texto sagrado: “no momento favorável, eu te ouvi e no dia da salvação, eu te socorri. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (1Cor 6,2). Tendo a salvação como horizonte de sentido existencial, importar reconhecer-nos como pó, isto é, como nada. Em última análise, trata-se de sermos humildes. De modo que, sendo humildes estaremos em condições de acolher a graça que nos humaniza e nos diviniza. Nessa travessia nos questionemos: precisamos ser purificados de que? E na resposta, este encaminhamento prático: deixemo-nos ser alcançados pelo amor de Deus, para vermos como é possível um coração de pedra ser transformado em um coração de carne, ou seja, num coração humano, que sente e que ama. Martele-nos esta convicção apostólica: “irmãos, somos embaixadores de Cristo, e é Deus mesmo que exorta através de nós” (2Cor 5,20)! Autor: Prof. Me. Pe. Iran Gomes Brito Diretor Geral e Docente do Curso de Teologia da FACMA iran@facmaedu.com.br