COLUNA FACMA | NÃO HÁ PORTAS TRANCADAS QUE NÃO SE ABRAM 13.jun.2025 O travamento das portas da mente, do coração e da vida fazem-nos prisioneiros dos nossos sustos e das nossas ilusões. Essa condição leva-nos ao apequenamento das atitudes, impedindo-nos de ser mais. De fato, somente Jesus Ressuscitado pode nos fazer sair deste subjugo. Por exemplo, foi ele quem abriu as portas do cenáculo, lugar onde os discípulos se encontravam reunidos e, pondo-se no meio deles disse: “a paz esteja convosco”. Com isso, passamos a tomar consciência do sentido da nossa fé e da missão que temos como discípulos missionários de Jesus Cristo. Por outro lado, o Evangelho do Senhor, na maestria de seus ensinamentos, recorda-nos a condição existencial dos discípulos da primeira hora. No cenáculo estavam com as portas fechadas. Trata-se, da maneira como a comunidade discipular se encontrava existencialmente, para além das portas do templo, pois o foco do Senhor, não são as portas materiais de uma casa, mas as portas de nossos corações. Nesta perspectiva, entendemos quais portas o Senhor quer abrir. A saber, as portas da mente, do coração e da vida de todos nós. Ora, quando as portas da nossa interioridade estão fechadas, o sentido existencial da nossa vida padece de horizonte. Esta é a razão pela qual o Senhor consumiu a sua vida – para conferir alegre sentido à nossa existência. É assim que liturgicamente cantamos: “minha vida tem sentido, cada vez que venho aqui. E te faço o meu pedido de não me esquecer de ti”. Efetivamente, o Ressuscitado se coloca no meio de nós com uma força incomparável, a força que vem alto, isto é, o Espírito Santo que sustenta a nossa vida e fortalece a comunidade que se reúne em seu nome e por sua causa. De fato, o Espírito Santo cria e recria a vida humana e sustenta com sentido a fé que a constitui. Por isso, na liturgia de Pentecostes, o texto evangélico inicia-se com a expressão: “ao anoitecer daquele dia, primeiro da semana”. O primeiro da semana evoca a criação, ou seja, o dia em que Deus soprou sobre o barro e a vida humana se constituiu, esta que agora é marcada com o hálito de Deus. Ora, no contexto da nossa vida, testemunhamos não mais o sopro sobre o barro, mas o sopro do Ressuscitado sobre a vida crente de uma comunidade reunida chamada a destravar qualquer porta fechada. Que o medo não ocupe lugar em nossos corações, pois como homens e mulheres de fé, interessa-nos nutrir a consciência de que somos movidos pelo Espírito do Ressuscitado, Ele que irrompe o tempo e o espaço, sem conhecer Nele portas fechadas que não se abram! Autor: Prof. Me. Pe. Iran Gomes Brito Diretor Geral da Faculdade Católica e Professor do Curso de Teologia iran@facmaedu.com.br