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HABITADOS PELO ESPÍRITO

Seguir os passos de Jesus é uma atitude fundamental para aprendermos lições importantes para a nossa vida. De fato, encontrar-se com Jesus e percorrer à sua trilha é, em última instância, defrontar-se com a delicadeza de Deus – Deus é delicado, fino no trato. Também, é uma oportunidade para reavivarmos em nossos corações a consciência amorosa da nossa condição de filhos e filhas de Deus, discípulos e discípulas de nosso Mestre e Senhor.

Daí que neste tempo que nos toca viver, vale a compreensão de quem é Jesus. Não se trata de um rei poderoso e distante, um rei que manda e castiga, mas um alegre servidor de Deus Pai e da humanidade, esta que é a destinatária da sua presença-ação no mundo. A sua ação-presença é a entrega de sua vida por amor de nós. A finalidade não é outra senão que sejamos habitados pelo Espírito e pela plena humanidade de Jesus Cristo.

Efetivamente, “Jesus se oferece graciosamente como fonte de vida, como lugar de acolhida e compaixão com entrega integral de si no amor misericordioso”. É a delicadeza de Deus de que precisamos para nos manter no caminho, pois, contidos na nossa fragilidade, não poucas vezes nos afastamos do caminho. Porém, necessitamos renovar a consciência de que o caminho de Jesus Cristo é o sentido da nossa vida, a razão do nosso viver e o compromisso da nossa discipular condição.

A nossa condição de servidores do Evangelho da vida e da alegria só é de qualidade se mergulharmos densamente no mistério do amor de Deus, que é-nos revelado, plenamente em Jesus de Nazaré, este que sendo de condição divina, não se apegou a esta condição para se impor, antes, esvaziou-se, obedecendo a Deus até as últimas consequências. A consciência da sua entrega e da sua humildade precisam ficar esclarecidas entre nós, pois, com facilidade colocamos muitas coisas no lugar de Cristo.

Mergulhar no mistério da Paixão-Morte-Ressurreição de Jesus Cristo é nos capacitar na condição do discipulado cristão, vencendo o medo de seguir os seus passos. Trata-se, de um mergulho que nos banha na água do seu amor e nos lava pela generosidade de sua oferta. Este é o caminho para reavermos a força que perdemos em razão da nossa humana fragilidade.

O tempo pascal, este que estamos vivendo é um tempo propício para operarmos o mergulho de que estamos falando. E sem este mergulho, seremos fracos e covardes. Portanto, sem as legítimas condições do testemunho a que somos chamados a oferecer. E sem o selo do testemunho passamos, a respeito de Jesus, a dizer como Pedro, “não conheço este homem”. Ora, mergulhar no mistério da Paixão redentora de Jesus é condição para vivermos habitados pelo Espírito de Deus, a melhor condição para sermos no mundo peregrinos de esperança!

Autor:

Diretor Geral e Docente do Curso de Teologia da FACMA

iran@facmaedu.com.br

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